domingo, 28 de março de 2010

Como treinar o seu dragão

Eis aí um filme que me surpreendeu: "Como treinar o seu dragão" (EUA, 2010), com direção de Dean DeBlois & Chris Sanders. E, verdade seja dita, os dois últimos filmes - permitam-me excluir o filme "Monstros vs alienígenas" (EUA, 2009) com direção de Margaret Tang - da Dreamworks em 3D me surpreenderam. "Kung Fu Panda" (EUA, 2008), com direção de Mark Osborne & John Stevenson foi uma excelente surpresa e o filme que estreou este final de semana seguiu o mesmo exemplo.

Quando falo da excelente surpresa refiro-me principalmente aos aspectos técnicos.



Se o panda surpreendeu muito em todos os aspectos - inclusive no tocante a piadas bobas anunciadas que não aconteciam. Lembremos-nos daquele momento no qual o Po (personagem principal) está recebendo um sermão da Tigresa ao mesmo tempo que recebe um tratamento de acupuntura oferecido pelo Louvadeus e ao final do discurso da Tigresa ele faz um careta -, o filme desta semana trouxe o aperfeiçoamento do uso do recurso da terceira dimensão.

Para entender o que escrevo acima é necessário que o filme seja assistido em cinemas que disponham do recurso de exibição em 3D.

O layout das cenas jamais fora feito com tamanha aplicação do recurso da profundidade de campo. A câmera nunca esteve tão perto dos objetos e personagens. O departamento de Layout da Dreamworks tomou o cuidado de colocar sempre que possível algo que nos submeta à esta mesma profundidade de campo. Com a câmera mais próxima aos objetos e personagens o nosso olho percebe o efeito 3D mesmo em cenas mais simples, pois a disposição dos elementos na cena realçam quem ou o quê está em primeiro plano, segundo plano ou no plano de fundo.

Os detalhes também me chamaram atenção. A presença de pelos (semelhantes aos que todo ser humano tem) nas partes do corpo como braços e rosto ajudaram a tornar o visual mais aperfeiçoado. Objetos dos cenários e partes mais especificas como pedras, plantas e tudo ademais foram tratadas com a simplicidade (mas não de forma ruim) do design e com a seriedade da textura. Esta última, usada de forma inteligente, só mostrava detalhes quando vista de perto.

Bem executado tecnicamente e com um roteiro minimamente dentro dos padrões do aceitável, "Como treinar seu dragão" torna-se uma boa atração para todos que gostam de animação. Vale destacar que a última superprodução da Pixar, "Up - Altas Aventuras" começa interessante e depois desanda ao colocar cachorros com vozes duvidosas, casa voadora, ave colorida, escoteiro abondanado e um vilão com personalidade duvidosa (pergunte-se sinceramente, o que cada um destes tem a ver com o outro?) no meio de uma história de amor do Fredericson e de sua esposa (esta história sim deveria ter seguido filme à frente). Se considerarmos isso, os dois últimos filmes da Dreamworks são muito melhores que o último da gigante Disney.

Como diria um amigo meu, mesmo com todas estas observações o "Como treinar o seu dragão" não é um filme para encontrar Jesus. O filme não vai deixá-lo no mais novo êxtase cinematográfico. A estética não inova muito além do que já fora citado acima. Estejamos conscientes que será divertido ver um dragão com comportamento de gato e cachorro misturado (a melhor parte destes dois compatarmentos) e que isso deverá bastar para nós espectadores e não sairemos decepcionados do cinema. Mesmo porque o cinema é muito caro em nosso país e isso fica ainda pior quando a projeção é em 3D.

Links relacionados:
Como treinar o seu dragão (site oficial)
Kung Fu Panda
Dreamworks animation

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